terça-feira, 24 de março de 2009

O PARTO

VAMOS LÁ, MEU AMIGO
TENTE EMPURRAR A INSPIRAÇÃO
NESTA LADEIRA DO PERIGO
DE DESENCONTROS DA PERCEPÇÃO

HÁ TEMPOS EXISTE ESTA ARMADURA
QUE VOCÊ TENTA QUEBRAR
MAS EM VÃO USA DE CANDURA
SE LIMITANDO EM SE ESFORÇAR

VAMOS. ESMURRE ESTE BLOQUEIO
SUGUE O LEITE DO SEIO
SEJA VOMITADO PELA BALEIA
COMA O BANQUETE DA SANTA CEIA

ESFREGUE ESSA VISÃO EMBASSADA
SOLTE O CUSPE PELA SACADA
VÁ ADIANTE SENTINDO TREMORES
NO CAMINHO DE SEUS AMORES

@móis, o Poeta Mendigo

CAFÉ DA MANHÃ

Come-se horrores misturados a aveia farta de genocídio pela estrada sangrenta desta mesa
do Breakfast Matinal-não Marginal

A soberba dos artistas contribui para a avalanche de atos Cegos, Surdos,
Mudos e sem Movimentos
Rumo ao Pré-
Retornando do Pós-

Pinto, o quadro da imaginação
O vómito

Das coisas vistas
Das coisas sentidas

Este é o retrato da incoerência
Esta é a súplica da opressão

@móis, o Poeta Mendigo

segunda-feira, 23 de março de 2009

MUSA

Mulher, o que se esconde por trás de seu seio?
Qual o ritmo da música distante de sua pulsação?
Mulher, se faz de mistérios
Mas, quais são as pistas?
Qual o segredo pra ser digno da paz que reside em seu colo(meio de suas coxas)?
Qual guerra terei de travar?
Quero a tí! Não como uma medalha a expor beleza aos invejosos
Não! Não faço amor com a inveja, muito menos com o orgulho
Quero apenas encontrar meu refúgio em tua aura
Quero desvendar os segredos de tua força, que se reveste de fragilidade
Tão fragil, que tem a força de manter o equilíbrio de um mundo
Porque eu tive a visão de um mundo melhor
E ele se encontra no meio de teu abraço!
Mulher, esta poesia foi feita pra tí
No entanto meu nome ainda é indigno de repousar no cume de suas exaltações
Penso no dia em que isso seja possível
Que seja então por que precise
Apenas por que precise

@móis, o Poeta Mendigo

domingo, 22 de março de 2009

BALCÃO II

Aqui, as pessoas estão na manjedoura da humildade
Todos a invocar seus papéis na cidade

De preocupações se embrenham os nossos pensamentos
Pra evitar no futuro certos lamentos

Este contatos largados entre verdades alheias
Tentam romper os cordões de velhas teias

Entre outros universos paralelos
Em que todos levantam seus martelos

De ímpetos emvoltos em novas faces
Enrubescendo diante de tais verdades

Mas a presença esta alí, consentida
No respeito adquirido pela vida

@móis . O Poeta Mendigo

segunda-feira, 9 de março de 2009

EUS DO MIM MESMO


Assisto a este filme que passa em minha mente
Vejo personagens em conflito por predominância
Um se afoga de angústia no lago do que sente
Outro prega sua cabeça em placas de ignorância

Este corre apavorado pelas ruas da paranóia
Aquele dá saltos no vazio e diz que é por intuição
Também há o que afirma constante tesão
Mesmo quando evidentemente está brocha

Há um que não para quieto
Estoura veias varicosas em rumo incerto
Há outro que passa rasteiras em tudo que é possível
Não vê nada realizado e pensa que é incrível

Estes constituem os EUS DO MIM MESMO
Um tem medo
O outro diz que é cedo

Este é o prólogo da apresentação
Um diz não
Enquanto outro quer a função

Pra você, eu posso contar uma história de antigos ancestrais
Pra outro, talvez uma sobre uma personalidade em frangalhos
Talvez para aquele ali eu discorrra sobre diferentes estados de ânimo
Ah! Sim! Pra este, eu tenho certeza que contarei que sou legião
O espectro em ação
Aquele ali, presente em todo mundo
Desde o alto empresário até o mísero vagabundo

Lhes apresento ESTES DE MIM MESMO
Aquilo que é apenas uma fração daquele que sou

@móis, o Poeta Mendigo

BALCÃO

Bebo-te
Porque um homem é medido pela quantidade de cervejas
que ele pode pagar
Engulo a definição
Ela me desce rasgando a garganta e os princípios
E o estômago já se desespera no intento de vomitá-la
Assim foi e assim sempre será
As convenções sociais e os códigos da moral
BURGUEZA, POBRE, MALANDRA, PORRA-LOCA

Bebo-te
Tu já não és um instrumento de adoração a Baco

Mas Bebo-te
Porque não tenho nada melhor pra fazer e não tenho
vergonha na cara
Sou livre

Bebo-te
E deixo um brinde
FODAM-SE AS CONVENÇÕES SOCIAIS

@móis, o Poeta Mendigo

AZIA E MÁ DIGESTÃO

O entulho que se vê da luta
Arrasta-se o peso morto de derrotas sem fim
Paga-se o trabalho da puta
Ou bate-se uma punheta, de mim para mim

Atalho mais rápido para um mundo de descoberta
Que vai dar em merda, na certa
O terreno pantanoso em que se desperta

Hoje eu sei que apesar de todo esforço
Nada impede a ressurreição do morto
Hoje eu sei que por mais que se lamba a ferida
É iminente a infecção da vida

Vem de longínquas distâncias o seu fedor
Vem te balando, te tirando do torpor

@móis, o Poeta Mendigo

domingo, 8 de março de 2009

O ECO DOS URROS


Caia deste pedestal burocrático
Tire essa viseira de fanático
Aprenda a olhar para os lados
Para aqueles que foram escarrados

Por esta tua guela hostil
Esta nescessidade que é vil
De quem só olha o próprio umbigo
E se refugia em mesquinho abrigo

Esta falta de tolerância
Apenas denota insegurança
Esta paranóia do que é novo
Incrustada em meio ao povo

Te eleva às alturas
Mas não engessa as fraturas
Deste teu esquema apodrecido
Que levará todos ao jazigo

Mas o Eco dos Urros vem rompendo
Tua força vai cedendo
Tua hora vai chegar
E há muito Carma a pagar

Irá colher todos os seus frutos
Germinados em macabros adubos
Terá de volta tudo aquilo que semeou
Toda Pungente dor que causou

@móis, o Poeta Mendigo