quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A MOÇA DOS VENTOS

Vem como uma brisa que invade pensamentos
Se instala em corações desatentos
A procura de sentimentos pra degustar

Manipula afetos como argamassa
A ser aplicada em sua casca
Que oferece pra se vislumbrar

Queria eu romper o invólucro
Deste casulo sórdido
E sua alma despertar

Enquanto com o ego ela jogava
estabelecendo seu esquema
Eu me ocupava em gravar o seu espírito

Ela tem a mim. tem a você
mas não tem a si mesma
Todos tem que amá-la
pra poder ficar alta em seu abrigo

Triste garotinha perdida num labirinto de espelhos
Uma prisão que ela mesma criou
Desfere dardos de palavras como descarrego
E ainda levanta os olhos pra ver ser machucou
Presa nos grilhões do apego
Digere os corações que cativou

Sim, o rio sabe
Desta vez não fui levado pela correnteza
Não quis uma válvula de escape
Quis me imbuir da certeza

Au revoir às revoadas
A primavera vai chegar
Existe uma frequência no universo

Vejo placas sinalizadas
Vibrações que escolhi sintonizar
69 dias em contato direto

Não escolhi o caminho da dor
O navio de cristal vai me levar
Pra um lugar com mais respeito

Foi minha prova de amor
Sua conciência semear
Sem me fartar com a migalha de um beijo

Mas nem por isso posso dizer que acabou
O que ouvi das tuas lágrimas
Foi o que me restou
Até você deveria ouvi-las
Desde as outras despedidas
No recôndito de outras vidas

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

CASA

Esta é a parede construída em volta da cabeça
Com tijolos empilhados em maléficos preceitos
Nesta casa em que tudo que é novo enjeita
Adaptando tudo que engole a seu jeito

Este é o cubículo em que vivemos
Se não acordamos, se fodemos
Enfiamos os pés pelas mãos no meio de trevas
Cagando pela boca antigas merdas

Isto tudo pra fazer a promoção
Do que entorpece o que é são
Vendendo a prazo a danação

sábado, 6 de agosto de 2011

EGOS TRAÍDOS


Egos Traídos por Circunstâncias


Papas na Língua e Bolsos cheios de Pretensão Mesquinha


Psique Vendida a Quilos no Varejo


(As Pessoas neste Mundo colocaram na prateleira do Supermercado, suas Neuroses embaladas a Vácuo Espiritual. E o Velho Canto, há muito entoado, perdura. Até que nada mais reste, a não ser um novo lugar a ser povoado em nosso adormecimento)

sábado, 16 de julho de 2011

Toda vez que me perder de você no universo

Vou me encontrar nos becos obscuros da mente

Vai ser meu refúgio de anseios
Vou buscar algo de você
Nas frações de diferentes rostos
Diferentes corpos

Num desespero de te merecer

Vou urrar aos antigos ancestrais
Meu brado por merecimento

De algo perdido
Que tenho que reaver

segunda-feira, 4 de julho de 2011

série: DONS MALDITOS - I - JIM MORRISON



PODER

As pessoas precisam de Fios
Escritores, heróis, estrelas,
dirigentes
Para dar sentido a vida
O barco de areia de uma criança virado
para o sol.
Soldados de plástico na guerra suja
em miniatura. Fortalezas.
Navios de Guerra de Garagem.

Rituais, teatro, danças
Para reafirmar necessidades Tribais & memórias
um chamamento para o culto, unindo
acima de tudo, um estado anterior,
um desejo da família & a
magia certa da infância

Jim Morrison

Ele dá a dica, de duas formas; sendo e rompendo o Fio.
(talvez naquele show em Miami)
Algumas décadas e uma Letra depois, um cara que tinha uma banda
com o nome de um Lugar onde só se chega Atravessando por algumas Portas
Faz o mesmo estourando os miolos
Também aos 27 anos ( nos anos noventa)
E talvez possamos imaginar que em suas mentes pode ter havido o reflexo
um simples lamento
¨Porra, nâo quero que me idolatrem, quero que sejam
como eu"
Me faz lembrar até de um outro cabeludo que há milênios
disse que quem quisesse ver o reino dos cèus, que carregasse sua
própria cruz e o seguisse
E de uma imagem do próprio Jim, num show em meio a The End
dizendo:
VOCÊS SÃO TODOS ESCRAVOS

@móis, o Poeta Mendigo

segunda-feira, 20 de junho de 2011

ENTÃO ESPERO

Com uma estranha calma
Meu desespero se esvaiu em todas as ânsias
Quando tudo era vácuo na compreênsão
Espero por que é o que me resta
Fui quebrado pra me curvar diante da verdade
Pois sou incapaz de me dobrar
Espero pois meu esboço está mais delineado
Há espaços entre seus traços a serem preenchidos com o tempo
Espero pela convergência
Um momento certo em que todos os fluxos são focados pra um só lugar
Num encontro em que as almas se entrelaçam
A contragosto cheguei até aqui
Fui trazido por correntezas de insatisfações
Pra este lugar em que o passado define o meu futuro
E não tenho mais pressa
Pois o tempo é de todos
Em seu devido tempo
E existem mais peixes a serem fisgados para nossa ceia
Então espero
Nesta prisão de pensamentos
Espero ser libertado por sua mão que resiste
Mas já tenho o olhar que desvenda minha alma
E me diz pra esperar
Então espero

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Oscar Wilde, o Príncipe Feliz - segunda parte

Bosie, um aspirante a escritor
Agraciado pela Andorinha
Manifestação do amor

Que Oscar Wilde sentia
Por violenta dor
Que sua alma remexia

Oferecer louvor                                          
A algo em desvalia
Retirar do torpor
Alguém que não merecia
Mais um personagem da tragédia        
Do desmembramento moral
De uma alma inquieta



Que não pode ser igual
Numa busca incerta
Afunda em lamaçal
 
A tentativa de ser completa
Comportando o bem e o mal
Fora de toda regra

Em declínio fatal

Abre-se o diário de bordo da carceragem
Mente livre e o corpo preso
Sem movimentos nesta viagem
                          
A cela e o sossego
E a alma em pilhagem
Necessário descarrego

Enquanto o Príncipe na cidade
Descompôe-se entre o medo
De não ter felicidade

Se a miséria não tiver jeito

E assim o Príncipe morria também
E foi jogado ao lixo a mando do prefeito
Quando perde tudo que se tem

E já não há mais jeito
Da crueldade é refém
A exclusão é seu leito



E nada mais detém
O abismo em seu peito
O descarrilar deste trem

Que a vida corta ao meio

Iremos então ao primeiro círculo
Onde estão os que, o mal não praticaram
Onde os que são punidos

Na escolha do bem relaxaram
Carregam como castigo
Bandeiras que deserdaram

Os frouxos e os tíbios
Que da dor carregaram
Seus talentos perdidos

Que os deuses lhe reservaram                  

sexta-feira, 10 de junho de 2011

NAVEGANTE PERDIDO


Os anos passaram e o Navegante acumulou
vidas e experiências
que o tornou mais forte ou mais fraco
E se afastou de sua essência
Perdido neste Mar Bravio de contradições
aportou por Ilhas de Sofrimento em
busca de Terra Firme sob Pés de Desespero
E retornou para o Mar Revolto que afoga as
ânsias por superação
Desconsolado, traído por Motins de Ingratidão
Se achava pronto para encarar a Morte
Esta outra Barca que nos transporta para o Descanso
do Esquecimento
Até que avistou o Sorriso que é um Farol
Um guia para o Porto Seguro de um Coração Tranquilo
Desde então ele segue este Farol que algumas vezes parece distante,
outras tão perto
Que às vezes se apaga, em outras, brilha de uma maneira tão intensa
que cega os Olhos do Receio
E o Navengante se entrega a Embarcarcação com a Fúria da Vontade
Resistindo às Ondas do Desencontro
Pois ele sabe
Neste Porto existe um Totem
De uma Deusa, uma Musa das Esferas
A seus pés, um Tesouro
Um pequeno Baul onde estão guardadas as chaves que soltam
as Travas do Eterno Recomeço.

P/  a  MUSA
existe uma frequência no universo
eu sempre vou estar nela

domingo, 5 de junho de 2011

GARRAS

GARRAS EM MINHAS ENTRANHAS
RASGANDO O PREFERIDO DO VALOR
O RITO DAS COISAS SANTAS
SE DESPRENDENDO DE SEU LOUVOR

INALO TODAS AS REVOLTAS FRUSTRADAS
TORÇO OS PESCOÇOS DE PLANTÃO DA TFP
BATO NA MESMA TECLA, JÁ APERTADA
DOS GRILHÕES QUE NÃO TE DEIXAM SE MOVER

 

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A insurreição acabou

O leito do rio secou
O que resta é esta vala seca
Incrustada em minha cabeça

Dos confrontos das paranóias
Fica o alimento do rancor
Abastecendo vãs discórdias
Pagando o preço da dor

Assim, essa estrada vamos percorrendo
Caindo tombos, vamos aprendendo
Se levantando e amadurecendo
Pena que isso, seja sofrendo

Mas ficou algo bom na memória
Um pequeno momento de glória
Um contato, há muito esperado

Mesmo que por poucos minutos
Vislumbrar de perto seus atributos
Já me deixou extasiado

Me deu de presente a inspiração
Esta ânsia daquilo que nos falta
Vontade de cantar a velha canção
Em pé, na beira da ribalta

Diante desta platéia
Sou como mendigo pedindo esmola
Querendo estudar sua matéria
Frequentar a sua escola

@móis, o Poeta Mendigo