sexta-feira, 17 de junho de 2011

Oscar Wilde, o Príncipe Feliz - segunda parte

Bosie, um aspirante a escritor
Agraciado pela Andorinha
Manifestação do amor

Que Oscar Wilde sentia
Por violenta dor
Que sua alma remexia

Oferecer louvor                                          
A algo em desvalia
Retirar do torpor
Alguém que não merecia
Mais um personagem da tragédia        
Do desmembramento moral
De uma alma inquieta



Que não pode ser igual
Numa busca incerta
Afunda em lamaçal
 
A tentativa de ser completa
Comportando o bem e o mal
Fora de toda regra

Em declínio fatal

Abre-se o diário de bordo da carceragem
Mente livre e o corpo preso
Sem movimentos nesta viagem
                          
A cela e o sossego
E a alma em pilhagem
Necessário descarrego

Enquanto o Príncipe na cidade
Descompôe-se entre o medo
De não ter felicidade

Se a miséria não tiver jeito

E assim o Príncipe morria também
E foi jogado ao lixo a mando do prefeito
Quando perde tudo que se tem

E já não há mais jeito
Da crueldade é refém
A exclusão é seu leito



E nada mais detém
O abismo em seu peito
O descarrilar deste trem

Que a vida corta ao meio

Iremos então ao primeiro círculo
Onde estão os que, o mal não praticaram
Onde os que são punidos

Na escolha do bem relaxaram
Carregam como castigo
Bandeiras que deserdaram

Os frouxos e os tíbios
Que da dor carregaram
Seus talentos perdidos

Que os deuses lhe reservaram                  

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