quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A MOÇA DOS VENTOS

Vem como uma brisa que invade pensamentos
Se instala em corações desatentos
A procura de sentimentos pra degustar

Manipula afetos como argamassa
A ser aplicada em sua casca
Que oferece pra se vislumbrar

Queria eu romper o invólucro
Deste casulo sórdido
E sua alma despertar

Enquanto com o ego ela jogava
estabelecendo seu esquema
Eu me ocupava em gravar o seu espírito

Ela tem a mim. tem a você
mas não tem a si mesma
Todos tem que amá-la
pra poder ficar alta em seu abrigo

Triste garotinha perdida num labirinto de espelhos
Uma prisão que ela mesma criou
Desfere dardos de palavras como descarrego
E ainda levanta os olhos pra ver ser machucou
Presa nos grilhões do apego
Digere os corações que cativou

Sim, o rio sabe
Desta vez não fui levado pela correnteza
Não quis uma válvula de escape
Quis me imbuir da certeza

Au revoir às revoadas
A primavera vai chegar
Existe uma frequência no universo

Vejo placas sinalizadas
Vibrações que escolhi sintonizar
69 dias em contato direto

Não escolhi o caminho da dor
O navio de cristal vai me levar
Pra um lugar com mais respeito

Foi minha prova de amor
Sua conciência semear
Sem me fartar com a migalha de um beijo

Mas nem por isso posso dizer que acabou
O que ouvi das tuas lágrimas
Foi o que me restou
Até você deveria ouvi-las
Desde as outras despedidas
No recôndito de outras vidas