segunda-feira, 20 de junho de 2011

ENTÃO ESPERO

Com uma estranha calma
Meu desespero se esvaiu em todas as ânsias
Quando tudo era vácuo na compreênsão
Espero por que é o que me resta
Fui quebrado pra me curvar diante da verdade
Pois sou incapaz de me dobrar
Espero pois meu esboço está mais delineado
Há espaços entre seus traços a serem preenchidos com o tempo
Espero pela convergência
Um momento certo em que todos os fluxos são focados pra um só lugar
Num encontro em que as almas se entrelaçam
A contragosto cheguei até aqui
Fui trazido por correntezas de insatisfações
Pra este lugar em que o passado define o meu futuro
E não tenho mais pressa
Pois o tempo é de todos
Em seu devido tempo
E existem mais peixes a serem fisgados para nossa ceia
Então espero
Nesta prisão de pensamentos
Espero ser libertado por sua mão que resiste
Mas já tenho o olhar que desvenda minha alma
E me diz pra esperar
Então espero

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Oscar Wilde, o Príncipe Feliz - segunda parte

Bosie, um aspirante a escritor
Agraciado pela Andorinha
Manifestação do amor

Que Oscar Wilde sentia
Por violenta dor
Que sua alma remexia

Oferecer louvor                                          
A algo em desvalia
Retirar do torpor
Alguém que não merecia
Mais um personagem da tragédia        
Do desmembramento moral
De uma alma inquieta



Que não pode ser igual
Numa busca incerta
Afunda em lamaçal
 
A tentativa de ser completa
Comportando o bem e o mal
Fora de toda regra

Em declínio fatal

Abre-se o diário de bordo da carceragem
Mente livre e o corpo preso
Sem movimentos nesta viagem
                          
A cela e o sossego
E a alma em pilhagem
Necessário descarrego

Enquanto o Príncipe na cidade
Descompôe-se entre o medo
De não ter felicidade

Se a miséria não tiver jeito

E assim o Príncipe morria também
E foi jogado ao lixo a mando do prefeito
Quando perde tudo que se tem

E já não há mais jeito
Da crueldade é refém
A exclusão é seu leito



E nada mais detém
O abismo em seu peito
O descarrilar deste trem

Que a vida corta ao meio

Iremos então ao primeiro círculo
Onde estão os que, o mal não praticaram
Onde os que são punidos

Na escolha do bem relaxaram
Carregam como castigo
Bandeiras que deserdaram

Os frouxos e os tíbios
Que da dor carregaram
Seus talentos perdidos

Que os deuses lhe reservaram                  

sexta-feira, 10 de junho de 2011

NAVEGANTE PERDIDO


Os anos passaram e o Navegante acumulou
vidas e experiências
que o tornou mais forte ou mais fraco
E se afastou de sua essência
Perdido neste Mar Bravio de contradições
aportou por Ilhas de Sofrimento em
busca de Terra Firme sob Pés de Desespero
E retornou para o Mar Revolto que afoga as
ânsias por superação
Desconsolado, traído por Motins de Ingratidão
Se achava pronto para encarar a Morte
Esta outra Barca que nos transporta para o Descanso
do Esquecimento
Até que avistou o Sorriso que é um Farol
Um guia para o Porto Seguro de um Coração Tranquilo
Desde então ele segue este Farol que algumas vezes parece distante,
outras tão perto
Que às vezes se apaga, em outras, brilha de uma maneira tão intensa
que cega os Olhos do Receio
E o Navengante se entrega a Embarcarcação com a Fúria da Vontade
Resistindo às Ondas do Desencontro
Pois ele sabe
Neste Porto existe um Totem
De uma Deusa, uma Musa das Esferas
A seus pés, um Tesouro
Um pequeno Baul onde estão guardadas as chaves que soltam
as Travas do Eterno Recomeço.

P/  a  MUSA
existe uma frequência no universo
eu sempre vou estar nela

domingo, 5 de junho de 2011

GARRAS

GARRAS EM MINHAS ENTRANHAS
RASGANDO O PREFERIDO DO VALOR
O RITO DAS COISAS SANTAS
SE DESPRENDENDO DE SEU LOUVOR

INALO TODAS AS REVOLTAS FRUSTRADAS
TORÇO OS PESCOÇOS DE PLANTÃO DA TFP
BATO NA MESMA TECLA, JÁ APERTADA
DOS GRILHÕES QUE NÃO TE DEIXAM SE MOVER